Eu sei que fiz tudo errado
Eu estava alucinado
Por amor e por paixão
Quando eu vi alguém com ela
No escuro da viela
Eu atirei sem perdão
Depois que ela gritou
Meu amor, você matou
Seu cunhado, meu irmão
Numa tremenda agonia
Fazer nada eu não podia
E vim parar na prisão
Todo dia bem cedinho
Acordo com um canarinho
Na grade da minha sela
Gorjeando uma canção
Em forma de oração
Tão suave, tão singela
Me sinto mais confortado
Por sentir algo estampado
Na moldura da janela
É a presença divina
Sob o canto que fascina
De um canário sentinela
Entre grades hoje moro
Ouvindo o canto sonoro
De um pequeno canarinho
Ele é meu anjo da guarda
Que vem sempre, não me larga
Me aquece com seu carinho
Ela não quer perdoar
O meu erro por amar
E matar um inocente
Hoje sou presidiário
E a visita do canário
Com o seu canto doente
Retrata meu sofrimento
Que eu vivo no momento
Entre grades e correntes
Mas com a graça divina
Vou cumprindo a minha sina
Me arrependo amargamente
Ela nunca vem me ver
Diz que prefere morrer
E que já me esqueceu
E jamais vai aceitar
O meu jeito de encarar
O ciúme que excedeu
Por paixão e desatino
Me tornei um assassino
E a justiça me prendeu
Vivo numa sela fria
Na esperança que algum dia
Receba o perdão de Deus
Entre grades hoje moro
Ouvindo o canto sonoro
De um pequeno canarinho
Ele é meu anjo da guarda
Que vem sempre, não me larga
Me aquece com seu carinho
Entre grades hoje moro
Ouvindo o canto sonoro
De um pequeno canarinho
Ele é meu anjo da guarda
Que vem sempre, não me larga
Me aquece com seu carinho
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